De facto, sem um historial que lhe possa dar um relevo nacional, a Igreja de Santa Maria é no entanto bastante antiga, remontando ao início da Nacionalidade.
Trata-se, pois, da Igreja Santa Maria, sendo a Paroquial de Verim ou, simplesmente, a Igreja de Verim. O início da Nacionalidade corresponde à época românica, sendo atribuída a edificação da igreja aos finais do século XII e inícios do século XIII, espelhada no quase estado primitivo que ela apresenta.
A torre sineira que a ladeia à esquerda é dos finais do século XVIII, e a capela-mor do século XIX.
Desenvolvida longitudinalmente de planta retangular, é formada de uma só nave, tendo adossada ao templo a capela-mor e a sacristia. A ladear a igreja está a torre sineira.
A fachada principal de empena é interrompida à direita pelo arco da sineira antiga de volta perfeita coroado por um catavento de ferro. A fachada é coroada por uma cruz pátea, no vértice.
O rasgo da porta principal é feito através de um lintel interrompido moldurado por duas arquivoltas em arco apontado, possuindo no interior um motivo entrelaçado simples e uma cruz pátea, e todo o conjunto encimado por uma fresta.
A lateral sul é rasgada por um portal em arco de volta perfeita, de duas arquivoltas, encimada por uma fresta e, na parte mais traseira, uma janela retangular. Na fachada norte destingue-se os adossamentos da capela-mor e da sacristia.
De referir que, na lateral deste templo, pode-se observar uma sepultura antropormófica, bastante bem conservada com as suas linhas bem definidas.
Por esta magnitude da natureza, que a barragem toma o nome da aldeia, que se enfaixa no vale acima mencionado, o casario, as ramadas de vinha a deslizar pelo terreno granítico, até chegar a terrenos que possibilitem o cultivo do milho, batata e feijão, e também zonas que possibilitam a pastagem do gado.
Uma aldeia perdida no tempo que remonta a uma antiguidade totalmente desconhecida, havendo a possibilidade de ser anterior a 1220, ano em que S. João do Campo foi referenciada nas inquirições de D. Afonso II.
Uma aldeia que acabou por ficar conhecida com a sua submersão pela albufeira, e que até 1971 teve nas suas gentes uma organização comunitária perfeita, relevando para uma superioridade na economia local, pastoril e agrícola.
Quem for à barragem tem a possibilidade de ir o mais perto possível à aldeia mediante uma contribuição, sendo esta aproximação feita num dos lados da barragem. Mas se estiver interessado em ver verdadeiramente a aldeia em ruínas, poderá fazê-lo quando a barragem estiver vazia para limpeza ou nos períodos de seca, em que o nível da água desce e põe à vista o que resta da aldeia.
A Barragem está situada na estrada N307, pouco mais de 1 quilómetro a noroeste de Campo do Gerês.
Este Concelho de Terras de Bouro é um dos mais favorecidos na sua demonstração da passagem dos romanos por estas terras.
A Geira (ou Via Nova ou ainda Via XVIII do Itinerário de Antonino) é uma das traduções para a linguagem atual de uma via de comunicação construída pelo Império Romano. Permitiu a ligação entre Braga e Astorga, Espanha, num percurso de cerca de 318 quilómetros.
Esta via neste concelho corresponde a uma extensão de cerca de trinta quilómetros, correspondendo entre as XIV e XXXIV milhas que eram assinaladas por marcos miliários distribuídos ao longo da via. Serviram não só para indicar a distância em milhas como para homenagear os Imperadores Romanos.
É preciso ter em atenção o que significava uma milha para os romanos.
Quando os soldados avançavam no reconhecimento e conquista das terras, enquanto marchavam contavam 1000 passos duplos, sendo um passo duplo duas passadas, avançar uma perna e depois a outra. Quando contavam 1000 passos duplos, marcavam aí uma milha e colocavam o respetivo marco miliário. Pode-se assim ver que essas "milhas" nada têm de regular nem certo, embora tivessem uma distância típica de cerca de 1480 metros.
Como exemplo, considerando os três marcos referidos neste artigo, entre o XXVI e o XXVII distam 428 metros, enquanto entre o XXVII e o XXVIII distam 280 metros.
Estes marcos contêm a inscrição do número do marco, da distância até ao Forum Romano, entre outras informações sobre a sua construção.
Estes traçados não permitiam grandes elevações nas subidas/descidas, sendo por isso mais tarde integrados, até ao início do século XX, nos caminhos de Santiago de Compostela percorridos por milhares de romeiros.
Neste troço do Campo do Gerês estão três marcos miliários correspondentes às milhas XXVI, XXVII e XXVIII. Para melhor localização de dois dos três marcos vou usar como base o marco da milha XXVII.
Este marco, que corresponde à milha XXVII, está à vista de toda a gente demarcando-se como Cruzeiro de São João do Campo. Um cruzeiro que tem no seu fuste o marco miliário, correspondendo a uma deslocação do mesmo não muito significativa, uma vez que se centraliza entre os marcos XXVI e XXVIII.
O marco miliário XXVI encontra-se muito perto da Estrada Municipal 307, no sentido Covide / Cruzeiro de São João do Campo, precisamente ao lado do sinal indicativo da localidade de Covide.
O marco miliário XXVIII encontra-se depois do Cruzeiro de São João do Campo, no seguimento para Vilarinho das Furnas, encostado ao muro da primeira vivenda que se encontra no lado direito.
A Geira está classificada, desde 2013, como Monumento Nacional, estando apresentada a candidatura a Património Mundial da Humanidade
O Marco XXVI situa-se nas Coordenadas GPS: N 41 44.850' W 008 11.923' (41.74750, -8.19872)
O Marco XXVII situa-se nas Coordenadas GPS: N 41 44.974' W 008 11.827' (41.74957, -8.19712)
O Marco XXVIII (indicado no mapa a seguir) situa-se nas Coordenadas GPS: N 41 45.159' W 008 11.635'
Situada após o Cruzeiro de São João do Campo, no sentido da Carvalheira, a ponte de Eixões, que atravessa a Ribeira das Rodas, tem uma inscrição de 1745. Contudo crê-se que a existência desta deve recuar a tempos anteriores, acreditando-se que a obra pode corresponder à época romana.
É uma construção granítica de dois arcos de volta perfeita. Entre estes, dois talha-mares para corte da água servindo ao mesmo tempo de consolidação da estrutura que parte de bases sólidas nas margens do rio.
O tabuleiro apresenta um linha de corcova, de linhas abauladas e largo com guardas baixas possivelmente posterior à construção original.
O pavimento é formado por lajes grandes, dando o seguimento à calçada.