Na primeira metade do século XVIII, por intermédio do padre de então, Carvalho da Costa dá-nos conta da possível existência de um mosteiro antigo da Ordem de São Bento, remontando à fundação de São Martinho de Dume, e de uma igreja que remonta ao românico, ainda com estrutura original.
Todavia, a Igreja do Divino Salvador viria a ser construída no século XII no local do templo original, que sofreu nos finais do século VIII e nos finais do século XIX campanhas de obras que viriam a dar o aspeto atual ao templo, sendo na primeira campanha aproveitadas pedras do antigo templo românico.
Desenvolvida longitudinalmente, é formada de nave única com capela-mor mais estreita. Adossada a esta, à esquerda e num plano mais recuado, a torre sineira, e atrás desta a sacristia.
A fachada em frontão triangular tem como aberturas o portal principal em verga reta encimado por um frontão contracurvo interrompido por motivo concheado. Este é ladeado por duas janelas em tímpano retangulares em altura. É rematada pelo frontão triangular, encimada por uma cruz latina e ladeado por dois pináculos.
Esta igreja está situada no final do Largo do Divino Salvador, uma perpendicular à estrada nacional.
Segundo a tradição encontram-se sempre junto aos templos religiosos das freguesias, neste caso as igrejas.
As sepulturas antropomórficas têm o seu significado religioso, com um sentido funerário que remonta aos princípios da Idade Média. Atravessaram séculos sem que houvesse um verdadeiro conhecimento de causa, acabando assim por cair no esquecimento e consequentemente no abandono, o que atualmente podemos constatar.
Por aqui e por ali, por todo o Portugal encontramos estas sepulturas recuperadas e expostas precisamente ao lado de uma Igreja Matriz ou Paroquial, dando a simbologia pela qual tiveram a sua construção.
Como exemplo da falta de conhecimento e de abandono, podemos ver que as sepulturas, neste caso, servem de ecoponto do entulho construtivo, acontecendo em outros casos como bebedouros para animais ou ainda para outras finalidades.
Uma interessante maneira de exemplificar a vida, paixão, morte e a gloriosa ressurreição de Jesus Cristo, traduz-se pelas imagens dos quatro escritores do Evangelho do Novo Testamento, cada um com a sua forma de apresentação.
Mateus, Marcos, Lucas e João, os quatro Evangelistas que, segundo a tradição Cristã, são sinónimos de proclamação de boas notícias, e que nos seus livros contavam a boa nova de Jesus. Todos eles com fortes ligações a Jesus Cristo, como Mateus e João, ambos entre os doze Apóstolos, Marcos e Lucas os seguidores, intitulados como os homens Apostólicos.
Mateus, representado como um homem de arte, foi um antigo coletor de impostos.
João, representado por uma águia, era o mais novo dos doze discípulos
Marcos, representado por um leão, foi seguidor de Pedro
Lucas, representado por um touro, era médico e escritor deixando os Atos dos Apóstolos e o Evangelho.
O enquadramento desta ponte possibilita uma quase passagem despercebida, por entre campos e um habitual aglomerado de vegetação, possível nestes meios, notando-se a presença desta devido a um gradeamento moderno.
Com a exceção de um pavimento a condizer com os tempos modernos, a Ponte do Couto está referenciada como uma construção medieval que sofreu reparos já no século XX.
Uma construção em alvenaria de granito, é formada por um único arco quebrado de silhares bem aparelhados.
Esta ponte está situada na estrada municipal entre as freguesias de Moure e S. Miguel das Carreiras, cerca de 400 metros a norte da povoação de Couto.
Num espaço de cem ou duzentos metros, denota-se um simbolismo religioso em que a Igreja Matriz e o Cruzeiro estão cercados por imagens de Santos.
É um fato que o São Miguel não é protetor da água, pois a fonte apresenta-se seca sem as suas funções de outrora. Não deixa no entanto de embelezar o local com o seu excelente estado de conservação.
Sem engano quanto ao propósito da imagem, a estátua de São Miguel ali existente acaba por ser uma homenagem a este Santo, pois é o santo padroeiro da freguesia de Soutelo. Conhecido como o Arcanjo Guerreiro, general dos exércitos de Deus, é apresentado por isso com as suas vestes de guerreiro e de asas aberturas, numa postura vitoriosa.
Também é representado como pescador de Almas, que faz a passagem das Almas da Terra ou Purgatório para o Paraíso.
Uma peça toda ela em granito, constituída por duas partes, a da fonte e da bica. A bica situa-se aos pés do São Miguel, cuja água caía num pequeno recipiente, e daí se ligava ao pequeno tanque que se encontra à direita.