Esta Irmandade utilizava por empréstimo a Capela de São João Batista existente nos claustros da Colegiada.
Uma construção um tanto problemática, que só no século XIX se dá por concluída, e porque o principal motivo foi a elevação de Igreja a Basílica, a primeira no distrito de Braga. O início dá-se em 1737, sendo que treze anos mais tarde, em 1750, regista-se a bênção da capela-mor.
Na primeira década do século XIX a Igreja viria a ser profanada pelas tropas francesas aquando das invasões, utilizando-a como estrebaria.
Anos mais tarde, em 1811, dá-se a demolição de casas conjuntas para a edificação da Basílica. As obras que se prolongaram até 1824, com a reiniciação a dar-se em 1880 com a aprovação de uma nova planta proposta pela Irmandade.
Em 1834 dá-se finalmente por terminadas as obras, com a colocação da tiara pontifícia sobre o brasão no tímpano do frontão e a cruz pontifical. No século XX dá-se a colocação do relógio na sineira.
Desenvolve-se longitudinalmente, é formada por nave e capela-mor mais estreita que a nave.
A fachada principal, que termina em frontão triangular e encimada por uma cruz, é formada por um nartéx constituído por três arcos de volta perfeita. É encimada por três janelas de verga abatida, com uma sacada corrida e guarda em pedra.
À esquerda encontra-se a torre sineira de planta quadrangular.
Situada em plena colina sagrada, a Igreja de Santo António dos Capuchos é atualmente o que resta do convento com o mesmo nome, do qual não se pode excluir, revelando que este conjunto conventual acabou por ser um tanto polémico desde o início da sua edificação. Passaram-se três séculos.
Tudo começou no ano de 1662 quando D. Afonso VI autorizou o início das obras de construção do Convento dos Frades Capuchinhos de Guimarães, com intenção de usarem as pedras dos arruinados Paços dos Duques de Bragança, das muralhas da Vila e do Castelo.
Claro que esta ideia de utilizar estas pedras foi alvo de contestação por parte do povo e da nobreza. No entanto as obras continuaram e, devido à contestação, os frades que até então ocupavam a Igreja de São Miguel do Castelo decidiram ocupar as dependências conventuais inacabadas.
Na quarta década do século XVIII os frades solicitaram à Câmara um empréstimo para a reconstrução da igreja. Ainda nesta década realizou-se a construção da sacristia sob a tutela do Frei António de Bastos.
Na segunda metade deste mesmo século realizou-se a edificação da capela e cruzeiro e da colocação dos retábulos colaterais, e no início do século XIX realizou-se a colocação do órgão e retábulo-mor.
Chegou-se ao ano de 1833 e consequentemente a extinção das Ordens Religiosas, mas só em 1842 o Convento dos Capuchos foi adquirido por venda à Santa Casa da Misericórdia para aí ser construído o novo hospital, o que permitiu novas obras de adaptação para albergar esta nova instituição. Em virtude destas obras as dependências conventuais quase desapareceram, transformadas em enfermarias e restando apenas a igreja, a sacristia e os claustros.
Iniciou-se assim um novo processo como Hospital de Santo António dos Capuchos, em 1867, ano em que se deram por concluídas as obras do hospital, sendo o antigo abandonado definitivamente. Assim esta instituição se manteve até 1991, ano em que a deram por encerrada com deslocação para o atual hospital.
A igreja de fachada barroca está delimitada por cunhais de pilastras, rematada por espaldar recortado com edícula ao centro, possuindo na mísula as armas da Ordem Franciscana, e ladeada por pináculos.
Apresenta uma planta longitudinal, formada por uma única nave e capela-mor retangular.
No primeiro registo abrem-se três arcos de volta perfeita, com acesso a uma nártex com azulejos barrocos joaninos. No seguindo registo temos um janelão recortado e ladeado por dois nichos com as imagens de São Francisco e Santo António.
Como edifício independente não tem qualquer classificação, contudo está incluso na Zona Especial de Proteção do Conjunto do Castelo, Igreja de São Miguel e Paço dos Duques de Bragança. Igualmente está incluído na Zona Especial de Proteção do Núcleo Urbano da Cidade de Guimarães.
Paço dos Duques de Bragança, uma verdadeira e singular obra, exemplar único na Península Ibérica. A sua localização pode levar-nos a uma interpretação mais distante no que respeita à sua edificação, atraiçoando-nos na memória o tempo correspondente.
Esta construção deu-se na primeira metade do século XV, provavelmente entre 1420 e 1422, pela mão de D. Afonso, Conde de Barcelos, e que mais tarde seria o futuro Duque de Bragança, sendo este filho ilegítimo de D. João I. Este facto deve-se ao casamento com a sua segunda mulher, D. Constança de Noronha, para fins residenciais de ambos, uma vez que se fixaram em Guimarães.
Com uma estrutura um pouco indefinida e com uma construção que nunca foi uniforme, a edificação do Paço surge a partir do pátio quadrangular, com as alas laterais a albergarem as dependências mais importantes, atirando a capela para o lado oposto da entrada, e sendo por isso o elemento melhor conservado que chegou aos nossos tempos.
A ideia de uma certa monumentalidade exigida no projeto inicial para o Paço teve seguimento com D. Fernando, o segundo Duque de Bragança, quando este acrescentou mais um piso sobre a porta principal, devendo-se igualmente a rigorosa simetria em altura de todo o edifício.
As dependências compreendem duas grandes áreas divididas em altura em que no primeiro piso se situam as do serviço e apoio, e para o segundo piso, as habitações nobres, estruturadas a partir da capela, em áreas para o Duque e Duquesa.
Contudo, a monumentalidade do edifício acabou por se tornar num verdadeiro estorvo, porque a funcionalidade do Paço durou muito pouco tempo. Ainda neste mesmo século XVI ocorreu a transferência do Duque de Bragança para Vila Viçosa, o que determinou o encerramento por largos períodos e, no século seguinte, por autorização régia para a utilização da sua pedra.
A degradação do edifício continua a realizar-se nos séculos seguintes, continuando a sua pedra a ser retirada e dispersada para várias obras da cidade. Aliado a este, estava o estado de degradação a que foi sujeita para novas funcionalidades, como aconteceu com a presença de um quartel a partir de 1807, ao ponto de, no início do século XX, a estrutura medieval se encontrar irremediavelmente corrompida.
Neste mesmo século, mais concretamente em 1937, deu-se talvez o verdadeiro milagre, com o radical restauro do Paço a cargo do arquiteto polémico mas revitalizador Rogério de Azevedo, seguindo a mestria de outros Paços Medievais estrangeiros e na condição de manter a monumentalidade deste edifício.
Atualmente o Paço dos Duques de Bragança encontra-se reconvertido em museu.
Em 1910 foi classificado como Monumento Nacional.
"Aqui nasceu Portugal" e aqui "É o coração da cidade", transformado num largo denominado de Toural é, a partir do século XVII, o primeiro existente extramuros, precisamente junto da porta principal da vila, onde começaram a realizar comercio de bovinos e outros produtos.
Em 1791 a Câmara mandou aforar o terreno junto das muralhas, para iniciar a edificação de novos prédios.
Um largo que, no século XVII, surgiu propositadamente para se realizarem negócios, sofreu com o decorrer dos séculos transformações que lhe permite atualmente um estado de conservação.
É rodeado do bem conservado casario da época, não deixando de ser igualmente um espaço para o comércio, para instituições bancárias, monumentos edificados como a Basílica de São Pedro entre outros, e do bem conservado pano da muralha.
É no largo de São Tiago, ou Santiago, que desemboca a rua Santa Maria que faz ligação com o Castelo, por isso faz deste dos mais antigos, senão o mais antigo, de Guimarães, localizando no interior das muralhas.
No entanto não bastou ser o centro da cidade como também o liga a uma lenda, em que reza a história da estátua da Virgem Santa Maria que foi trazida para Guimarães pelo Apóstolo São Tiago, para um templo pagão existente num largo.
Todo este espaço foi reabilitado através do seu casario e restauração, contudo conserva a sua traça medieval, cuja época a localiza nos séculos XVII e XVIII. Um ambiente que transporta todos os viajantes para a época, oferecendo o respetivo descanso de uma visita turística ou de um dia cheio de história.