Percorrendo a parte mais elevada dos terrenos de cultivo que abastece, normalmente dispostos em socalcos, possui “tornadoiros” com tampões de pedra que, ao serem abertos manualmente, conduzem a água aos regadios particulares. Este sistema de rega era sujeito a certos condicionalismos, nomeadamente, dias da semana e horários que eram pré-determinados conforme o ponto de localização na levada e a dimensão do terreno.
A partilha da água era, muitas vezes, razão para atritos e desavenças entre os agricultores, quando não fechavam os tornadoiros na altura devida, comprometendo os horários dos restantes beneficiários comandados pelo Relógio do Sol.
Mas a água da levada não era só utilizada para a rega dos terrenos de cultivo, o bem era comunitário pois contribuía para o funcionamento de engenhos mecânicos, como o pio do lagar e as mós do moinho.
A levada existente na Fonte dos Mouros, que faz o aproveitamento de água de uma nascente vinda do Saião, é aproveitada para a rega dos terrenos agrícolas dessa margem. Mas a existência desta deve-se, provavelmente, a povos antigos, designadamente os romanos, que a executaram de forma a levar a água até junto das possíveis minas que abriram e exploraram, indispensável à boa preparação dos metais desenterrados, separando-os por lavagem das terras, escórias e outras aderências desnecessárias.
Este ponto está situado na localidade Candosa