Situada na Rua Cândido dos Reis, o edifício que atualmente é a Junta da União das Freguesias de Santa Marinha e São Pedro da Afurada é condizente com o historial da própria localidade. Sede de um historial desconhecido abafado pelo município do Porto, Santa Marinha, cuja história já foi descrita no espaço da Câmara Municipal, é o mais antigo povoado do concelho, como o local mais famoso pelas suas caves do Vinho do Porto.
Com a sua extensão desde a ponte D. Maria II sobre o rio Douro até Afurada, e com o seu riquíssimo património, o topónimo de Santa Marinha deriva do seu Orago, que se baseia numa lenda.
Segundo esta, tudo começou em Braga e no tempo do domínio dos romanos, em que estes se fixaram naquela cidade. Oito irmãs gémeas de seus nomes Santa Marinha (virgem e mártir), Basília, Eufémea, Genebra, Liberata, Marciana, Quitéria e Vitória, filhas de um casal pagão, Calcia e um oficial Romano Lúcio Caio Atílio Severo, régulo de Braga.
Pela altura da nascença das filhas, o régulo Lúcio Caio não estava na cidade levando a crer aos habitantes que as oito filhas não seriam do mesmo pai. O acontecimento viria a embaraçar a mãe, que encarregou a parteira Cita de as afogar. Em vez disso, e devido ao fato de ser cristã, esta levou-as ao Arcebispado de Santo Ovídio para que as batizasse e lhes desse destino. Entretanto foram entregues a amas cristãs, crescendo e vivendo perto umas das outras até aos dez anos.
A intensificação da perseguição dos romanos aos cristãos na Península Ibérica acabou por permitir a descoberta das gémeas, mercê das suas crenças, acabando por serem presentes ao régulo e este constatar que afinal eram suas filhas. Na tentativa de fazê-las renunciar a sua fé, e após a negação delas à proposta, acabou por ordenar a detenção e o enclausuramento no Palácio.
Esta situação foi por pouco tempo, dado que nessa mesma noite foi alcançada a liberdade, faltando saber se por intervenção sobrenatural ou com ajuda da Mãe. Fugiram nas várias direções até atingirem as províncias espanholas onde se dispersaram. Contudo a Santa Marinha foi apanhada perto de Orense e condenada à morte, sendo degolada no ano de 130, e sendo igualmente as suas irmãs martirizadas. Acredita-se que Santa Liberata teria sido crucificada junto ao Castelo de Gaia, tendo direito a uma imagem situada na Capela de Gaia.
Este ponto está situado na localidade Santa Marinha, na freguesia Santa Marinha e São Pedro da Afurada.
