Castelo de Gaia
Castelo de Gaia
Era nesta colina de Vila Nova de Gaia que se situava o Castelo, onde agora há um parque habitacional, de que se pensa que a sua primitiva ocupação reporte à idade do Bronze ou a um castro dos Celtas.

A existência do parque habitacional no pequeno morro na foto é uma das razões para qualquer falta de indícios da existência do Castelo de Gaia.

Castelo de Gaia

Era precisamente nesta colina de Vila Nova de Gaia que se situava o Castelo que, e retomando à sua origem, pensa-se que a sua primitiva ocupação reporte à idade do Bronze ou a um castro dos Celtas.

A certeza é que, com a Romanização da Península Ibérica e num ponto estratégico como é o morro de Gaia, na margem do Rio Douro, ali se tenha formado uma pequena urbe, que viria a ser chamada de "Cale" ou "Gale", com significado ligado à água.

É então que surge o primitivo Castelo, com edificação dos Muçulmanos pela sua invasão, e segundo a existência de uma lenda que os associa a Vila Nova de Gaia no que se refere aos confrontos entre os dois reis, o cristão Dom Ramiro e o muçulmano Alboazer.

Em várias situações o Castelo serve de pano de fundo na fundação de Portugal e nas Guerras Liberais. Começou por ser conquistado pelo ainda Príncipe D. Afonso, filho de D. Dinis e, anos mais tarde, viria a ver a fúria de D. Pedro a apossar-se da povoação e do Castelo, contra seu pai D. Afonso IV, devido a este ter autorizado a morte de D. Inês de Castro. É ainda neste período que sofreu de reparação ou reforço.

No reinado de D. Manuel I, aquando do Foral Novo e o segundo de Vila Nova de Gaia dado por este monarca, o Castelo estava ainda referenciado. Séculos mais tarde, nas Guerras Peninsular e Civil Portuguesa, o Castelo e o Douro tornaram-se novamente o palco destas guerras, tendo sido nesta segunda guerra que se deu o desaparecimento do que restava do antigo Castelo de Gaia.

Com o desaparecimento total do Castelo, o terreno foi vendido pelo Estado. Um dos seus novos proprietários ergueu naquele terreno um edifício de grandes proporções que foi legado por um dos seus herdeiros à Santa Casa da Misericórdia do Porto para que nele albergasse um asilo para cegos, pobres e abandonados.

Lenda do Rei Ramiro

Uma verdadeira história nunca acaba sem que outra comece com ligação à primeira. Desta feita é uma história convertida em Lenda que perdura até agora, incluindo uma rua que liga a marginal do rio ao topo do morro do Castelo.

Aconteceu muito antes da Nacionalidade, por volta do século X, e teve como base o amor do Rei Ramiro II de Leão que se apaixonou pela irmã do Emir Alboazer, cujos domínios se prolongam desde Gaia até Santarém. Um amor à primeira vista, que o levou a pensar na facilidade da anulação de casamento concedida pela Igreja devido ao grau de parentesco com sua mulher D. Aldara.

Assim era a maneira de pedir a sua amada em casamento e conseguir igualmente a paz pretendida com Alboazer, sendo recebido no castelo deste em Gaia. No entanto as pretensões do Rei Ramiro foram terminantemente recusadas pelo Emir, tendo como razões um casamento com um Cristão além de já ter sido prometida ao Rei de Marrocos.

No entanto a recusa não foi bem aceite, promovendo de seguida a ideia de um rapto em segredo e conseguindo assim confirmar o ato. Ao entender que a irmã foi raptada, deu-se de seguida a perseguição para os alcançar, o que de alguma maneira conseguiu lograr, provocando um combate da qual saiu ferido sem conseguir o pretendido. O Rei Ramiro conseguiu então levar a Moura para o Reino de Leão, fazendo-lhe o batismo tomando nome de Artiga.

Não contente com a suposta derrota, o Emir Alboazer providenciou a resposta do rapto da irmã com outro rapto, e este foi feito à mulher legítima do Rei Ramiro. Este, não gostando do sucedido, reuniu com o seu filho e alguns vassalos e dirigiram-se para Gaia. Aqui chegados, o Rei Ramiro disfarçou-se de mendigo e conseguiu contato com uma das aias da D. Aldora, na fonte, tendo depositado na bilha um camafeu. Após o reconhecimento do camafeu por parte da D. Aldora, esta mandou buscar o pedinte e entregou-o ao Emir, como castigo da sua infidelidade.

O Rei Ramiro pediu ao Emir Alboazer para que a execução fosse pública, na esperança de poder avisar o filho e vassalos. A pretensão foi conseguida e entraram no Castelo conseguindo matar o Emir Alboazer e todas as suas gentes, inclusivamente arrasar o Castelo. D. Aldara e as suas aias, partindo com o Rei Ramiro, possivelmente não imaginado que o Rei Ramiro ia atar uma mó de pedra ao pescoço de D. Aldara e atirá-la ao mar, num local que ficou a ser conhecido por Foz de Âncora.

Assim a Lenda confirma o conhecido soneto de Luís Vaz de Camões, em que começa com "O amor é fogo que arde sem se ver....", com o Rei Ramiro a regressar a casa e finalmente casar com a bonita Moura.

Localização

Este ponto está situado na localidade Santa Marinha, na freguesia Santa Marinha e São Pedro da Afurada.

Coordenadas GPS: N 41 08.383' W 008 37.477'  (41.13972, -8.62462)
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