Pode parecer estranho encontrarmos um coreto num local de devoção quando habitualmente eles existem nos centros das localidades, no entanto é compreensível a existência de um junto do Santuário de São Bento da Porta Aberta.
Conforme tradicional, o coreto é utilizado para espetáculos principalmente musicais.
Um interessante coreto, simbolizando um pouco o estado de graça do local, muito bem conservado. Aqui também têm o exemplo pela qual os coretos surgiram, indicando-nos uma das funções.
De planta octogonal, é formado por duas partes distintas em que a inferior é em pedra e a superior em ferro, com um gradeamento e oito colunas, em que estas apoiam um cobertura também em ferro. Ao centro desta encontra-se um casulo, a corresponder com o resto da planta.
O Largo Principal estava neste dia todo decorado com fitas e luzes e com as tendas de venda de produtos em todo o correr do largo. Estava-se no dia 15 de Agosto, um dos muitos dias em que o Santuário passou a ser visitado por devotos e peregrinos.
Nos Santuários de maior devoção há que aproveitar para a presença de um hotel, neste caso da foto no lado direito, único sítio possível junto deste Santuário que se situa mesmo em frente do alojamento, no lado esquerdo da foto.
É uma verdadeira festa de devoção e romaria, permitindo ao Santuário o segundo maior fluxo de peregrinos a seguir a Fátima, considerando que não são as melhores condições geográficas, inclusivamente com as fracas vias de comunicação.
O seu nome deveras interessante deve-se à pequena Ermida que ali existia, construída em 1615. Este ermida tinha as portas sempre abertas, oferecendo abrigo aos que ali passavam.
A importância que este Santuário adquiriu com o decorrer dos tempos, e com o crescimento de peregrinos, acabou por o transformar num grande centro de devoção.
O início do Santuário decorre no ano de 1614 quando o Reverendo de então, o Cónego Miguel Pinheiro Figueira, visita as freguesias de Entre o Homem e o Cávado. Este verifica que o lugar da Seara da Forcadela ficava muito distante da Igreja da Paroquial da freguesia de Rio Caldo, e por isso se tornava difícil de administrar os sacramentos dos locais.
De imediato a Ermida foi mandada construir, acabando por se realizar os primeiros ofícios divinos em 1615 com o apoio da Igreja Paroquial de Rio Caldo, sem que esta fosse prejudicada na perda dos direitos de Igreja.
No entanto, e no decorrer do século XVIII, a capela transforma-se num grande centro de devoção em que esta cada vez mais é frequentada por devotos e romeiros. Esta forte devoção acaba por transformar as visitas em muitos mais dias do ano do que era habitual, pelo muitos milagres obtidos pela imagem do São Bento.
Devido a este fluxo de devotos à capela, esta mantém as portas abertas não só de dia como também de noite. Por isso nos finais do século XVIII acrescentou-se de Porta Aberta, ficando então com a denominação de São Bento da Porta Aberta.
Como na maioria dos Santuários, o culto teve o seu crescimento. Assim, nos finais do século XIX, entre os anos de 1880 e 1895, a capela entrou numa campanha de obras na ampliação e construção, sendo substituída pela atual Igreja que continuou até agora a sofrer importantes alterações. Em 2015 ao Santuário foi-lhe concedido o título de Basílica Menor pela Santa Sé.
A Basílica é formada por uma planta retangular constituída por nave e capela-mor, em que a fachada principal está orientada a oeste. Esta é delimitada por pilastras e está dividida em duas partes por um friso que separa os rasgos de três portas em moldura curva no piso térreo.
No piso superior é igualmente formada por três rasgos de janelas em moldura curva e estas estão encimadas por três frontões triangulares. É finalizada por um frontão triangular e ladeada por dois pináculos em estilo de vasos. Ao frontão liga-se a torre sineira quadrangular de quatro sinos, terminando com a cobertura piramidal.
O interior da Basílica é antecedido por uma pequena antecâmara.
Os dois lados da nave são idênticos e divididos por pilastras em três partes. Cada uma em arco de volta perfeita, contêm dois altares no primeiro e no terceiro arcos, sendo o central com o púlpito que é diferente do habitual, constituído por uma varanda sobre a porta de acesso.
Um arco triunfal de volta perfeita separa a nave da capela-mor.
O retábulo-mor dourado apresenta o sacrário e, um pouco mais acima, uma abertura em que está exposta a imagem de São Bento ao qual o devoto tem acesso por uma entrada do exterior.
Toda a superfície das paredes está forrada com azulejos, tendo como motivo principal passagens da vida de São Bento. Apresenta também duas portas, uma de cada lado, de moldura reta sobrepujada de um frontão triangular e duas janelas vitrais.
A igreja nova, junto do antigo santuário, foi construída no início do século XXI.
Paisagem do local sobre a albufeira da Caniçada
Este santuário está localizado junto da estrada N304, 200 metros a sul da localidade de Seara.
Este concelho carrega com uma verdadeira história que lhe permite não só gozar desta identidade como transborda uma riquíssima natureza verdadeiramente deslumbrante.
Terras do Bouro, situada precisamente no coração do único Parque Nacional português, o Parque Nacional da Peneda-Gerês, faz desta vila um verdadeiro oásis da natureza. Este permite que esteja classificada como Reserva Mundial da Biosfera.
No seu território de montanha, a tendência é associada a potencialidades fortemente convidativas para um turismo ecológico. Para isso contamos com a variada fauna e flora, verdadeiros recursos termais e hidroelétricos, variadíssimos práticas de desporto da montanha e náuticos, podendo desfrutar as bacias dos Rios Cávado e Homem.
É igualmente percorrido por uma história especificamente romana, acarinhado por um reconhecimento nacional e internacional, baseando-se efetivamente na Geira Romana, traduzindo em Via Nova XVIII, que ligava Bracara Augusta a Astorga, em Espanha. Seguindo-se outros povos como os suevos, visigodos e muçulmanos, e finalmente os búrios. Estes últimos foram bastantes influentes na denominação do atual nome de Terras de Bouro, uma vez que o Boyro, na linguagem popular e na permanência deste povo nestas terras, deu origem evolutiva no atual nome.
Na entrada da época Medieval, estas terras de importância política na administração Portuguesa beneficiaram de uma carta de privilégio de D. Dinis, seguindo-lhe mais tarde o Foral atribuído por D. Manuel em 1514, na manutenção deste território.
O edifício da Câmara Municipal situa-se no Largo do Município, na zona norte da vila.