A cidade de Braga conhecida como a dos Arcebispos, tem na Sé Catedral o seu maior poder eclesiástico. Como tal, a atual Sé é o reflexo do enriquecimento das diversas intervenções sofridas no decorrer dos anos, aplicados pelos diferentes arcebispos.
Anterior à Nacionalidade, esta edificação do século XI é a Catedral mais antiga de Portugal. A este facto se deve a célebre expressão "Mais antigo que a Sé de Braga" para designar algo muito antigo.
Assenta sobre um outro templo do século V, remontando à época romana, acreditando-se que o templo romano era dedicado a Ísis, conforme testemunha a inscrição nas traseiras da Sé. Ocorreu durante o episcopado de D. Pedro, então Bispo de Braga, entre os anos de 1070 e 1093, do qual se conservam muito poucos vestígios.
A Sé foi concebida segundo uma linha de peregrinação à semelhança de Santiago de Compostela e de Igrejas Francesas, composto por três naves, transepto saliente, cabeceira e deambulatório.
Das diversas intervenções, o absidíolo que atualmente se situa no pátio de São Geraldo e parte das arquivoltas do portal central, fazem parte da campanha primitiva. Das seguintes campanhas, a porta sul é no século XII, e no século XVI deu-se a transformação da fachada principal e o acrescento da galilé.
As restantes dependências exteriores são referentes ao claustro, correspondentes ao século XIX, e as capelas que o circundam, sendo a da Glória ao século XIV e a da Nossa Senhora da Piedade do século XVI.
A igreja desenvolve-se longitudinalmente numa planta de cruz latina. É formada por três naves, capela-mor e capelas laterais.
A fachada principal é formada por três panos (central e torres sineiras), e a anteceder uma galilé. No lado direito possui a única porta da primitiva Sé, de origem românica, e o corpo da sacristia adossado ao templo.
No lado esquerdo é composta pelo claustro e pelas capelas.
É rasgada pelo portal principal em arco abatido com arquivoltas interiores, pertencentes ao românico e enquadrado por um arco canopial manuelino. Está encimada por duas janelas retilíneas com remate em frontão curvo, centradas pelas armas de D. Rodrigo Moura Teles.
Remata numa tabela retangular que contém um nicho com a imagem do orago, encimado por um frontão interrompido por uma cruz episcopal sobre uma esfera.
A galilé, um dos elementos da reforma do século XVI, antecede a porta principal, com decoração e coberturas manuelinas, destacando-se a profusão das esculturas exteriores. É formada por quatro arcos, sendo um deles, o central, em volta perfeita e os laterais, tal como o da fachada sul, em arco quebrado. As grades metálicas de ferro forjado que encerram a galilé provém do interior do templo.
De considerar a existência deste nicho em arco de volta perfeita assente em duas colunas com duas bases coríntias. Ao centro, uma maravilhosa pia de água benta em mármore rosa encimada por uma cruz românica. Situa-se entre o portal principal e o interior da Sé
A ladear o portal estão as duas torres sineiras quadrangulares formadas por dois rasgos na vertical em verga reta em cada uma das torres. Estes são encimados por frontões triangulares, sendo os de baixo portas com acesso a um varandim servindo de terraço, com guarda de ferro.
Os rasgos superiores, um em cada torre, referem-se a duas janelas.
São rematadas por três sineiras, sendo duas da torre esquerda e uma da direita, que são coroadas em cantaria vazadas formando numa coroa em volutas e pináculos piramidais.
Orientada a sul, esta fachada tem a sua relevância na Porta do Sol, o único rasgo que remonta ao portal primitivo da época românica, escavado e assente em colunelos com tímpano vazado por cruz. Tem ainda neste lado o corpo da sacristia.
Nas traseiras da Sé, precisamente na torre da cabeceira, existe a imagem da Nossa Senhora do Leite, um dos ícones mais antigos da religião Cristã. Representa a simplicidade com que a Virgem nutre o Menino-Deus com o seu leite materno.
A poucos metros no sentido norte encontramos a inscrição dedicada a Ísis.
Esta fachada, orientada para a famosa Rua do Souto, dá acesso às capelas, ao pátio de São Geraldo e finalmente ao claustro.
Esta entrada, que permite a ligação entre o exterior da Sé e o claustro, é anunciada com as armas eclesiásticas e atravessado por uma porta em arco quebrado com arquivoltas.
Um pequeno espaço que permite albergar diversas peças romanas, formando um pequeno museu ao ar livre. A estes elementos junta-se no pátio de São Geraldo o Pelourinho Eclesiástico, a Capela com o mesmo nome e um absidíolo românico (entre o séculos IX e XII). Este correspondia à cabeceira de uma capela e atualmente posiciona-se no exterior, adossado a atual cabeceira da Sé.
O claustro sofreu uma campanha de obras do século XIX, substituindo um outro do século XVIII de estilo gótico que ameaçava ruir.
É de planta quadrada de um só piso, com coberturas em terraços e guardas balaustradas. Cada ala possui três arcos de volta perfeita assentes em colunas toscanas.
Ao centro encontra-se um chafariz e, na ala nascente, um altar das Almas e uma estátua de São Tiago.
Este espaço dá acesso ao já denominado Pátio de São Geraldo e à Capela com o mesmo nome, às Capelas da Nossa Senhora da Piedade e dos Reis, sendo a entrada desta última feita pelo interior do templo principal. Também dá acesso ao interior do templo principal e à escadaria que leva ao tesouro, situado no primeiro andar, no edifício do Cabido.
É a única extra recinto da Sé, contudo está adossada à Capela de São Geraldo. Templo edificado em 1331 pelo Arcebispo Gonçalo Pereira, albergando o túmulo do referido eclesiástico.
É formada pelo templo e uma torre de remate em ameias, com a fachada a assemelhar-se à Capela de São Geraldo. É composta por dois registos, sendo o inferior feito pelo portal em estilo gótico com múltiplas arquivoltas, e o superior por uma janela em tímpano e em arco de volta perfeita.
Situada no topo leste do pátio com o mesmo nome, esta capela com invocação a São Nicolau foi mandada edificar pelo Arcebispo Geraldo Moissac. Após a sua morte tomou o seu nome, inclusivamente os seus restos mortais perpetuam no retábulo principal, com os restos mortais do D. Rodrigo de Moura Teles, num túmulo no chão da capela.
A atual estrutura de paredes é o que resta da capela primitiva do século XIV. É formada por dois registos e rematada em empena.
O registo inferior é feito pelo rasgo do portal em estilo gótico com múltiplas arquivoltas. Encimado e no registo superior, uma janela mainelada também com múltiplas arquivoltas e terminada por um friso.
À semelhança do Mosteiro de Santa Maria da Vitória, na Batalha, a Capela dos Reis foi edificada em modo de agradecimento pela vitória dos portugueses na Batalha de Aljubarrota. Assim foi cumprido o voto do então Arcebispo de Braga, D. Lourenço Vicente, presente na batalha, em que tomou a Virgem como invocada.
Encontra-se adossada ao templo principal, do lado do Evangelho.
De planta poligonal, com as fachadas em cantaria de granito, é rasgada por janelas e portas em arcos apontados. Sob o estilo gótico, pode-se observar uma das portas a fazer ligação com o claustro.
Aqui se encontram os túmulos do D. Henrique de Borgonha e da sua mulher Dª Teresa de Leão, pais do nosso primeiro Rei de Portugal, D. Afonso Henriques. Igualmente descansam os restos mortais do então Arcebispo D. Lourenço Vicente.
Situada na ala norte do claustro, a Capela de Nossa Senhora da Piedade foi erigida em 1513 pelo Arcebispo D. Diogo de Sousa. Ao centro encontra-se o túmulo do mandatário desta capela.
Formada por nave e capela-mor, possui as paredes laterais revestidas de azulejos. No lado oposto à capela-mor existe uma abertura de porta que dá acesso à ala dos túmulos dos Arcebispos de Braga.
Este ponto está situado na localidade Braga, na freguesia Braga (Maximinos, Sé e Cividade).
(Distância: 66 m NE)
Um pelourinho bastante atribulado tanto na sua localização com as várias deslocações sofridas, como na sua estrutura.
(Distância: 79 m NE)
A construção desta igreja iniciou em 1560, junto à Sé. Segundo uma inscrição no portal principal, terminou em 1562, ano possivelmente relativo à fachada.
(Distância: 87 m E)
Casa dos Paivas ou Casa da Roda, dos finais do século XV e princípios do XVI, situa-se nas traseiras da Sé Catedral, na rua de Nossa Senhora do Leite.
(Distância: 130 m N)
Paço Episcopal, um nome que se mantém mas em que o seu verdadeiro significado deixou de fazer sentido há muito tempo. O Paço Episcopal é, a seguir à Sé Catedral, o edifício mais relevante e emblemático da cidade de Braga
(Distância: 135 m N)
Esta fonte do século XVIII, sob o estilo barroco, é formada por uma taça central que tem como base de decoração o pelicano, e quatro mais pequenas que a contornam.
(Distância: 141 m NW)
O edifício dos Paços do Concelho é uma edificação entre os anos de 1753 e 1755. Teve a contribuição repartida entre o senado da cidade e o Arcebispo D. José de Bragança, irmão do Rei D. João V.
(Distância: 145 m N)
Situada na parte histórica da cidade de Braga, a Praça do Município simboliza um espaço que alberga a instituição máxima da cidade.
(Distância: 154 m S)
O nome dado à Igreja de Santiago deve-se a que esta estava na antiga rota dos Caminhos de Santiago de Compostela.
(Distância: 161 m W)
O Arco da Porta Nova é a porta de entrada na cidade de Braga. Foi aberta em 1512, no tempo de Arcebispo D. Diogo de Sousa.
(Distância: 163 m W)
Desde o século III que Braga é rodeada por uma cerca, delineada por uma planta poligonal. Parte desta cerca viria a ser utilizada no século XI para o perímetro urbano correspondente a norte.