A Igreja de São Martinho de Mouros é considerada uma das mais originais igrejas do românico portuguesas pelas soluções construtivas empregues que lhe conferem um estatuto único na produção arquitetónica nacional dos séculos XII e XIII.
Existe uma inscrição, na fachada lateral norte, do ano de 1217, que poderá corresponder ou ao início da construção ou à finalização da primeira fase, da cabeceira. Pode ler-se esta inscrição na fachada norte, na primeira fiada acima da sapata e quinto silhar a contar da direita.
A fachada principal, no setor ocidental do templo, é a marca diferenciada do projecto. A frontaria integra uma torre defensiva de dois andares. Esta torna-se mais delgada no registo superior com uma banda lombarda a suportar a cornija que antecede a área sineira, sendo esta mais estreita que a restante estrutura.
Na década de 1940 foram feitos restauros na fachada principal e no recinto ao redor da igreja. Na década de 1960 foram restauradas a capela-mor e a sacristia, tal como a partir da década de 1990 ocorreram diversas obras de manutenção.
O portal axial é de arco apontado, aberto numa parede, composto por quatro arquivoltas, sendo a exterior uma moldura de xadrez. O desaparecido alpendre fez parte do plano inicial, de que restam as mísulas de suporte do telhado.
Na torre, o seu interior é suportado por três altos e apertados arcos de volta perfeita, de perfil harmónico, que regulam o corpo do templo de três naves. Têm correspondência com contrafortes laterais, facto que sublinha a robustez do plano.
É possível que o espaço formado pela torre, verdadeiro nartex, fosse inicialmente sobradado, o que diferenciaria funcionalmente os compartimentos inferior e superior, mas nada se pode adiantar.
(Fotos antigas e fotos de interior inseridas com devida autorização da Rota do Românico)
A nave única relativamente estreita e a capela-mor quadrangular é mais baixa que o corpo e acessível por arco triunfal apontado.
Os retábulos são de conceção barroca nacional, sendo os da nave mais simples que o da capela-mor. Salienta-se os retábulos do Senhor das Chagas, da Nossa Senhora do Rosário e da Senhora do Desterro.
Na capela-mor estão duas pinturas relativas à vida de São Martinho, de cerca de 1530, atribuídos aos Mestres de Ferreirim, enquanto nas paredes colaterais as pinturas são mais antigas, do final do século XV.
Esta igreja faz parte da Rota do Românico, sendo o número 30 do Percurso do Vale do Douro.
A Igreja de São Martinho de Mouros está classificada como Monumento Nacional desde 1922.
Este ponto está situado na localidade São Martinho de Mouros, na freguesia São Martinho de Mouros.
(Distância: 145 m NE)
São Martinho de Mouros muito cedo foi concelho, anterior à nacionalidade, contribuindo para isso o monarca de Leão e Castela, Fernando Magno, que atribuiu a esta localidade o seu primeiro foral.
(Distância: 193 m NE)
Não há qualquer registo sobre este pequeno templo. Contudo, pela existência de armas encimado do portal frontal, deveria pertencer a alguma casa de Família.
(Distância: 225 m N)
(Distância: 347 m NE)
(Distância: 540 m NE)
(Distância: 741 m S)
(Distância: 1 km W)
(Distância: 1 km SW)
(Distância: 1 km W)
(Distância: 1 km NE)