Do megalitismo, civilização castreja, romanização, invasões godas, ocupação islâmica, reconquista cristã, ao povoamento e organização administrativa do território, aqui fixamos imenso do nosso legado histórico, social, cultural, político e económico.
Realçámos as lutas fratricidas havidas no espaço geográfico de entre Viseu e Lamego; a exaração documental primeira de São João da Pesqueira e de Penela (1055-1065), Numão (1130), Penedono (1195); a descrição e caracterização do património edificado, nomeadamente, do segundo corredor de defesa e de segurança do Douro Sul.
Enaltecemos e transcrevemos muitos dos documentos e memórias, particularmente as episcopais, administrativas e paroquiais, que nos regeram, moldaram e definiram aos logo destes séculos.
Compilámos os registos paroquiais na integra de gente que edificou, povoou e desenvolveu lugares actualmente desertos, onde a nossa observação quase nada retém dos vestígios desses moradores dos séculos: XVI, XVII, XVIII, XIX e XX.
Entre os primeiros forais outorgados a povoações localizadas dentro das actuais fronteiras do território português, o mais antigo é o de S. João da Pesqueira e vilas circunvizinhas.
Na confluência do Rio Bom, que outrora poderia ter outro nome, com o Rio Torto ficou situado um povoado designado Mozinhos. O étimo deste topónimo, antiquíssimo, está no latim: monachinos (de monachu: monge), talvez directamente, pois não se pode provar que tenha existido um termo como Mouzinho ou mozinho do nosso léxico arcaico ou proto-histórico, pelo que o significado do topónimo é monástico…
Concordando com Almeida Fernandes, o fundador e primeiro rei de Portugal nasceu e foi criado no distrito de Viseu, ou seja, veio à luz no Paço da cidadela de Viseu e medrou nas terras de Lamego, como dissemos, região de larga influência moçárabe, quiçá, o seu próprio educador.
No primeiro inquérito de que há registo a população fixada nos limites da actual freguesia do Souto era a seguinte: Souto - 21 moradores; Arcas - 11 moradores; Tracosã - 1 morador. Do século X (960) ficou nota escrita de doação da Condessa de Guimarães de, entre outros haveres, um mosteirinho, pelo que no actual lugar dos Mozinhos existiu um mosteiro. Quanto à poluação de Mozinhos, Trancosã, Rio Bom, Rio Torto e Risca, só a partir dos meados do século XVII. Aliás, as capelas da Senhora da Piedade (Trancosã) e a da Santa Bárbara (Mozinhos), datam, precisamente do século XVII.
Este ponto está situado na localidade Mozinhos