Não se sabendo ao certo da data, mas no decorrente do século XII deu-se a edificação do Mosteiro de Longos Vales pelos Cónegos Regrantes de Santo Agostinho, realizando-se ainda no tempo de D. Afonso Henriques. No entanto foi no tempo do reinado de D. Sancho I, quase ao virar do século, que este a doutou e coutou, devido aos serviços prestados pelo prior D. Pedro Pires pela causa nacional.
É entre os finais do século XII e inícios do século XIII que se realiza a reconstrução da igreja, que posteriormente, e como habitual da Idade Média, viria a ser administrada por Comendatários. Estes usufruíam das rendas e extraviavam-lhe os bens, já decorriam os séculos XVI e XVII, que entretanto a vaga de comenda se deu, e D. João III atribuiu-o ao Infante D. Duarte, que somente ocupou o lugar por três anos, até à sua morte.
A Congregação de Santa Cruz de Coimbra requereu a posse deste mosteiro, conseguindo os seus objetivos devido à interferência do Cardeal D. Henrique. No início da segunda metade do século XVI deu-se a confirmação de posse do mosteiro pela companhia pelo Papa Júlio III. Alguns anos mais tarde dá-se a construção da parte lateral, e já no século XVII dá-se a reforma da igreja.
Uma igreja grande em cantaria, bem conservada, e uma capela-mor mais pequena e mais antiga, em que o retábulo é bem conservado e dourado, tornando-se na primeira metade do século XIX, mais concretamente no ano de 1834, na Igreja Paroquial.
No ano seguinte, os bens pertencentes à Universidade de Coimbra passam a integrar nos Bens Próprios Nacionais, por decreto. O mosteiro entretanto entra em ruínas.
Num enquadramento rural e como era costume para a época isolado, situando-se na periferia da povoação, tem adossado ao templo o antigo edifício do Mosteiro de Longos Vales. Este conjunto está delimitado por um muro em alvenaria de granito, formando um amplo adro.
A Igreja desenvolve-se na longitudinal, com uma planta retangular constituída por nave única e capela-mor de três tramos em que o último é semi-circular.
Adossada ao templo no lado esquerdo e num plano mais recuado da fachada, a torre sineira quadrada com aberturas em arco perfeito nas quatro faces que albergam os sinos.
A sacristia retangular ergue-se no mesmo lado, atrás e no plano da capela-mor.
A fachada principal é em empena coroada por uma cruz latina. Os rasgos são feitos pelo portal principal em verga reta contornado de uma moldura, encimado por um frontão triangular e sobrepujado por uma rosácea circular em tímpano.
As fachadas laterais são rasgadas por vãos contrafortes, do portal e duas janelas, todas em verga reta.
O interior é em alvenaria de granito aparente, com pavimento lajeado e teto de madeira.
A nave com o coro-alto assenta em arco abatido, de madeira e com guarda balaustrada, igualmente em madeira, com acesso pelo lado do Evangelho por porta em arco de volta perfeito.
A pia batismal é de aresta boleada e taça decorada com motivos geométricos. No topo da nave salienta-se a existência de dois retábulos colaterais, em talha policromada branca, rosa, azul e dourado. O arco triunfal em arco de volta perfeita, de três arquivoltas, duas delas sobre colunas, sendo as exteriores com friso geométrico a meio.
A capela-mor sobrelevada por um degrau, é lajeada no lado do Evangelho com porta em arco quebrado para a sacristia. A cobertura é em abóbada de berço nos dois primeiros tramos e em quarto de esfera, no terceiro.
Este monumento está inserido na Rota dos Mosteiros, do Portal de Melgaço, na organização Viagem no Tempo, Alto Minho 4D.
Este templo está classificado como Monumento Nacional desde 1926.
Este ponto está situado na localidade Mosteiro, Longos Vales, na freguesia Longos Vales.
(Distância: 54 m E)
As quatro sepulturas antropomórficas, situadas nas traseiras da Igreja Matriz de Longos Vales. Um género se sepulturas que surge muito tarde, devendo corresponder à época da Baixa Idade Média.
(Distância: 240 m W)
Os Vales são Longos, têm a sua derivação de Longovares, cujo significado se refere a um território de veigas e longos vales férteis. Longos Vales é uma das maiores freguesias do concelho, em que o abrangente território recua à pré-história com as suas duas citânias.
(Distância: 248 m W)
Situada próximo da Junta de Freguesia e do cemitério de Longos Vales, a Capela de Nossa Senhora da Assunção tem a fachada contracurvada aberta pela porta encimada por uma janela e ladeada por mais duas, emolduradas em arco abatido.
(Distância: 1 km S)
Não se sabe quando a capela foi construída, mas pertenceu à Congregação dos Jesuítas que se estabeleceu em Longos Vales desde 1551 até 1759.
(Distância: 1 km S)
Povoado de planta sub–circular, no qual se destacam afloramentos graníticos, nalguns dos quais se conserva arte rupestre, embora de difícil observação.
(Distância: 1 km S)
Está situado no mesmo monte da capela com o mesmo nome, com um cabeço pouco florestado, com alguns afloramentos ganíticos, numa altitude de 329 metros.
(Distância: 1 km SE)
Igreja em honra da Nossa Senhora do Aumento, situada no lugar de Souto Fiscal.
(Distância: 2 km NE)
A fundação desta paróquia, e aqui mistura-se um pouco com a história da igreja, deve-se ao fato da resolução do Concílio de Trento, entre 1563 e 1578. Com a proveniência do latim, Bela significa Vela ou Vigília, em que revela a existência de uma via romana.
(Distância: 2 km NE)
Após a extinção de outras duas paróquias, Santo André de Torre e Santa Eugénia de Barbeita, a Igreja de Bela é uma construção tardia, com indicação para os finais do século XVI e princípios do século XVII.
(Distância: 2 km SW)
Igreja Matriz de Sago tem como protetor, tal como a freguesia, São Miguel. Este templo pode pertencer ao período anterior ao século XII e, depois de ser vigararia da apresentação do Colégio da Companhia de Jesus de Coimbra, passou para a Diocese de Viana do Castelo em 1977.