Este império foi substituído por outros dois, dos visigodos e dos árabes, que sucessivamente ocuparam este território. Neste período, o rio Tejo não teve qualquer influência que o ligasse aos principais poderes e interesses peninsulares até ao século XII.
Com a criação do Reino de Portugal, a localidade de Abrantes e toda a zona que a rodeia tornou-se numa referência. Aqui o rio Tejo também começa a fazer sentido como parte interessada na fortificação deste jovem reino, numa linha defensiva sem precedentes no panorama arquitetónico militar medieval português.
Esta foi a verdadeira razão pela qual D. Afonso Henriques atribuiu a Abrantes a carta foral, com a ideia de atrair população para esta zona tão despovoada e sem qualquer estrutura populacional administrativa.
Assim, e na falta de uma verdadeira estrutura, teve início a sua primeira fase construtiva na segunda metade do século XII.
Desconhecendo-se a fisionomia inicial, acredita-se que teve influência templária no modelo adotado, caraterizado por um esquema verdadeiramente românico. Depressa a estrutura se tornou relevante pois, no final desse século, foi alvo de assédio das tropas almóadas, no contra-ataque islâmico, obrigando ao recuo da fronteira portuguesa no reinado de D. Sancho I.
No séc. XIII o castelo viria a sofrer obras das quais ocorreram importantes alterações feitas por D. Dinis, segundo documentos onde tal constava, ainda decorria o reinado de D. Afonso III, seu pai.
Entretanto D. Dinis doou a vila à sua mulher D. Isabel de Aragão e, paralelamente com o ato, reforçou a fortificação com uma torre de menagem e grande parte da cerca do castelo.
Esta torre situava-se precisamente ao centro do recinto fortificado, uma caraterística que não é frequente na arquitetura militar gótica. Direcionou-se para a maneira românica, sem qualquer adossamento de portas ou torreões, podendo ter sido um reutilização de uma estrutura anterior pré-existente à reforma dionisina.
Sendo este elemento que melhor espelha a fase dionisina, apresenta uma planta quadrangular e de uma rigorosa simetria. Ergue-se originalmente em três pisos, contudo os pisos superiores ruíram com o terramoto em 1531, e assim ficou até agora, apesar de se terem realizado obras no século XIX pelas quais ficou bastante adulterada.
Passados dois séculos, no século XV e seguindo uma linha de pensamento da grande nobreza em transformar os antigos castelos para edificar os Paços Senhoriais, o de Abrantes não fugiu à regra. Edificado na parte poente das muralhas do castelo, mesmo em frente à entrada nascente deste, na década de trinta, pelo Alcaide-Mor da Vila Diogo Fernandes de Almeida, ali ficou o Palácio dos Condes de Abrantes.
Entretanto este paço viria a sofrer bastantes e profundas alterações, das quais a primeira aconteceu no século XVIII pelo primeiro Marquês de Abrantes D. Rodrigo Anes de Meneses.
Desta construção barroca apenas restam ruínas. É ainda possível perceber o impacto deste conjunto cenográfico elevando-se acima das muralhas e formando-se por uma arcaria simétrica de onze vãos, ladeada por duas torres igualmente simétricas.
No séc. XIX deu-se outra grande alteração ao ponto da adulteração total das estruturas, aquando da transformação da praça abrantina em Presídio Militar.
A fortaleza está classificada como Imóvel de Interesse Público.
Este ponto está situado na localidade Abrantes, na freguesia Abrantes (São Vicente e São João) e Alferrarede.
(Distância: 24 m NW)
(Distância: 32 m S)
(Distância: 41 m NE)
Este templo religioso situa-se no interior desta fortaleza, muito próximo do Palácio dos Condes de Abrantes.
(Distância: 76 m S)
(Distância: 79 m S)
(Distância: 93 m S)
(Distância: 97 m E)
Construída no século XIV, a torre é um dos poucos elementos que restam do castelo que foi construído no século XII.
(Distância: 107 m NW)
(Distância: 149 m W)
Situada numa das partes mais altas e mais profundas do centro histórico da cidade, este Memorial posiciona-se no Largo da Ferraria.
(Distância: 177 m S)